Quase 400 milhões de empregos podem ser criados com a preservação da natureza

A cada ano, cerca de US$ 125 trilhões em serviços ecossistêmicos são fornecidos à economia global por meio de água potável, água para processos industriais, alimentos, ar fresco, absorção de calor, solo produtivo e florestas e oceanos que absorvem carbono. Mais da metade do PIB global depende da natureza. Ela é também nossa maior aliada no combate à crise climática. Apesar disso, em menos de meio século (1970-2018) as populações de vida selvagem monitoradas em todo o mundo foram reduzidas em 69%, segundo a última edição do relatório Planeta Vivo.

A América Latina apresenta o maior declínio regional (94%), enquanto as populações de espécies de água doce registraram o maior declínio global (84%). Essa tendência é confirmada pelo relatório de Avaliação Global IPBES sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (2019), segundo o qual 1 milhão de espécies de animais e plantas estão agora ameaçadas de extinção. Ele indica também que mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais formadores de recifes e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados. Ao todo, pelo menos 680 espécies de vertebrados foram extintas desde o século XVI. A perda da natureza afeta a todos, mas os mais vulneráveis ​​estão em maior risco.

É nesse contexto que a 15a Conferência da Convenção de Biodiversidade da ONU foi iniciada nesta quarta-feira (7) . Seu objetivo é chegar a um acordo global que permita reverter rapidamente essa tendência de perda de biodiversidade e vá além, propiciando o início de uma relação positiva com a natureza.

Ser positivo para a natureza significa que o mundo toma medidas agora para reverter a perda de biodiversidade e garantir que tenhamos mais natureza em 2030 do que temos agora, por meio de melhorias na saúde, abundância e resiliência de espécies, populações e ecossistemas. Isso é essencial para nos ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e garantir um mundo mais igualitário e resiliente. Reverter a perda de biodiversidade também é essencial para limitar o aquecimento global a 1,5°C, como preconizado pelo Acordo de Paris.

No dia 9 (próxima sexta), representantes do WWF Internacional e do WWF-Brasil, além de TNC, CEBDS, membros da academia, do governo, empresas e financiadores, participarão do Brazilian Day: biodiversity is our nature – 9 de dezembro. O evento acontece paralelamente à conferência e tem por objetivo explorar a interconexão entre a COP15 e o futuro do Brasil, debatendo as expectativas para a COP15 e buscando identificar as oportunidades para nosso país no âmbito do novo quadro global para a biodiversidade. Especial atenção será dada à bioeconomia e o respeito às populações da Amazônia, bem como aos fluxos de financiamento para a biodiversidade. Presença confirmada de Marco Lambertini, diretor geral do WWF Internacional.

 

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