Comunidade se mobiliza em Itabuna pela reabertura do Ciso
Relatos emocionados de ex-alunos, pais e professores marcaram o clima da sessão especial em que a Câmara de Vereadores acendeu o movimento pela reabertura do Colégio Estadual Sesquicentenário de Itabuna (Ciso). O filho do fundador, professor Josué Brandão Júnior, e o também professor José Ademaques dos Santos (Max) recordaram desde a construção do equipamento responsável pela formação de tantos itabunenses.
Proposta pelo edil Cosme Oliveira Rosa, o “Cosme Resolve” (PMN), a solenidade na sexta-feira (6) registrou a busca de caminhos para o equipamento histórico reabrir as portas. Tais ideias chegarão, oficialmente, à Secretaria Municipal de Educação, ali representada por Elisângela Melo e Shirlene Alves (respectivamente, Diretora e Coordenadora do Departamento de Educação Básica). Ambas sinalizaram que a gestão reunirá sugestões do melhor modelo para retorno das atividades.
“Não se apaga o legado de um serviço prestado a tantos filhos e pais, não se apaga uma história. Colégio e rua não se fecha, se abre! Aqui começa uma luta, não podemos virar as costas, esquecer do que foi feito por um cidadão que não está mais entre nós”, declarou o vereador Cosme, acompanhado por todos os colegas – muitos deles, inclusive, ex-alunos daquela unidade.
Demanda para marcar
Júnior Brandão citou a expectativa da população pelo retorno às atividades naquela estrutura. “Naturalmente, não pode deixar para planejar a dois meses de começar o ano letivo, tem que tomar atitudes agora. Porque a gestão anterior, quando encerrou a parceria com o Ciso, levou tudo que tinha dentro: cadeira, mesa de professor, computador, material para cozinha, para fazer a alimentação dos alunos. Então, repor tudo isso, fazer planejamento de professor já alocado em outras escolas, não é fácil. Mas, se o prefeito quiser reabrir em 2022, precisa dar o pontapé inicial; essa demanda marcará positivamente o governo Augusto Castro”, argumentou, reconhecendo a competência do Legislativo para abrir este debate.
O professor Max lembrou a lacuna com a existência de 91 salas na zona sul do município e apenas 21 na zona leste e noroeste. Ele considera que uma alternativa viável seria a oferta de cursos profissionalizantes no local. “Aquela instalação não pode ruir, porque naquelas paredes tem história. Não se pode passar por lá e ver duas portas fechadas. O Conselho Municipal de Educação tem um novo modelo e acredito que a gestão pode implantar”, declarou o educador.
A presidente do Ciso, professora Jocélia Costa, citou a alegria dessa mobilização, para todos verem aquele colégio, de 52 anos, novamente de portas abertas. Na mesma linha, o ex-aluno e hoje advogado Robenilson Sena Torres reconheceu à tribuna a importância do Ciso na trajetória dele. E a expectativa de que as novas gerações contem com a tradicional escola.
Decisões iniciais
Por ora, como anunciou o primeiro secretário da Casa, Israel Cardoso (PTC), será enviado um pedido de providências à Secretaria Municipal de Educação. Assinado por todos os vereadores, o documento reivindicará a reabertura do Ciso como uma das unidades escolares da rede municipal. Outra sugestão do edil é que uma unidade do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) também seja instalada naquele espaço. Além disso, uma indicação da Casa seguirá para a Secretaria Estadual de Educação, para que seja restabelecido o funcionamento de aulas da rede estadual (cursos técnicos/profissionalizantes como possibilidade) no local.