ABI repudia mais uma agressão de Bolsonaro contra a imprensa
A Associação Bahiana de Imprensa repugna a agressão descabida e afrontosa do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao ser abordado pela repórter Driele Veiga, da TV Aratu, sobre fotografia por ele divulgada com a expressão “CPF CANCELADO”, alusiva ao morticínio vergonhoso de brasileiros que, tragicamente, é notícia cotidiana na imprensa brasileira.
O fato ocorreu na manhã desta segunda-feira (26), em Salvador, dois dias depois que o repórter Diogo Pugét e o cinegrafista Carlos Augusto, da TV Cultura do Pará, foram agredidos enquanto cobriam a passagem do presidente da República por Belém.
A esquiva à pergunta jornalisticamente correta, até pela repercussão da imagem publicada nas redes sociais do principal mandatário do país, já seria incompatível com o exercício da Presidência da República. Agrava a conduta inconciliável com o decoro que se espera de quem tenha a honra de ser escolhido pela maioria do povo brasileiro, a assediosa agressão verbal contra a jornalista.
A considerar a etimologia do termo “idiota”, atribuída na Roma antiga àqueles que não se interessavam pelas questões de interesse público, o termo poderia se aplicar a qualquer dos presentes ao evento que trouxe a maior autoridade do país à Bahia, menos a uma repórter que, no exercício do bom jornalismo, buscava repercutir fato de repercussão nacional.
A ABI cumprimenta e se solidariza com a colega agredida, bem como com o Departamento de Jornalismo da TV Aratu. E lastima a ocorrência, na terra do jornalista e jurista Ruy Barbosa, de mais uma agressão a ser contabilizada nos relatórios de instituições como a Federação Nacional do Jornalistas e da ONG Repórteres Sem Fronteiras. No mais recente levantamento dos RSF, o Brasil volta a ser destaque mundial nas agressões à liberdade de imprensa pelos atos e palavras de quem tem a obrigação de ser exemplo de zelo para com as liberdades democráticas.
Sinjorba
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves também comentou sobre a agressão de Bolsonaro contra a repórter baiana. “O xingamento revela o traço imaturo e autoritário de Bolsonaro, que não consegue conviver com a crítica, com o contraditório, com a diferença e nem com a obrigação de conceder entrevistas e responder às perguntas dos jornalistas, principalmente se do outro lado estiver uma mulher”.
Assista ao vídeo: https://www.instagram.com/p/COIoOFsBFz6/