TVE exibe filme que relembra massacre dos tupinambás em Ilhéus

O curta-metragem “Caminhada Tupinambá em Memória dos Mártires do Massacre do Rio Cururupe”, realizado pelo Espaço Imaginário (Rio de Contas) e pela Aldeia Tukum (Olivença, Ilhéus), é um dos cinco filmes selecionados na programação de abril da TVE e será exibido neste sábado (24), às 22 horas.

Fruto da parceria com a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), por meio da Diretoria de Audiovisual (Dimas), a TVE exibe em sua programação os filmes selecionados no Prêmio de Exibição Audiovisual 2020 (Programa Aldir Blanc Bahia)..

O curta-metragem de documentário “Caminhada Tupinambá em Memória dos Mártires do Massacre do Rio Cururupe” foi filmado durante a caminhada de 2017 e finalizado em 2020, ano em que a caminhada marcou 20 anos de luta por direitos, cultura e memória Tupinambá.

O filme é um convite para conhecer a resistência do povo Tupinambá de Olivença no sul da Bahia. O primeiro povo indígena de contato com o homem branco vem lutando há 521 anos por seus direitos originários e a caminhada é um momento de visibilização dessa trajetória, de união e reafirmação da cultura indígena local.

Caminhada

A Caminhada parte da Igreja de Nossa Senhora da Escada em Ilhéus (local que remete ao Aldeamento de 1691, onde os jesuítas organizavam e controlavam os antigos moradores indígenas) e segue até a praia do Cururupe, cenário da sangrenta ‘’Batalha dos Nadadores’’, em 1559.

A intenção é honrar os ancestrais que ali morreram por ordem de Mem de Sá, e cujos corpos foram estendidos ao longo de 6km da praia do Cururupe como tentativa de dizimar o povo Tupinambá ainda no Brasil-colônia. Uma história recontada pelas lideranças indígenas ao final da caminhada, na foz do Rio Cururupe onde anualmente, no último domingo de setembro se finaliza o ato que é ao mesmo tempo um gesto político e espiritual.

Demarcação

Hoje, a luta principal é pela demarcação de 47.376 hectares de Território Indígena entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, para garantir o direito à terra e à preservação dos recursos naturais dos quais dependem a sobrevivência econômica e sócio-cultural de cerca de 8.000 pessoas. O processo de demarcação avança lentamente desde 2008, caracterizado por situações de violentos conflitos. Mesmo não existindo mais barreiras legais que impeçam a demarcação, ela continua sendo protelada.

A exibição do curta “Caminhada Tupinambá em Memória dos Mártires do Massacre do Rio Cururupe” tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Equipe Técnica:
Narração: Nádia Akawã Tupinambá
Direção, Câmera e Edição: Gláucia Soares
Direção, Roteiro, Som, Edição e Edição de Som: Maurizio Morelli
Produção: Cacique Ramon Ytajibá Tupinambá e Nádia Akawã Tupinambá
Realização: Aldeia Tukum e Espaço Imaginário

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