Empresas de ônibus dos parentes do candidato Valderico Júnior, que detêm a concessão do serviço público do transporte coletivo de Ilhéus, estão sendo acusadas de utilizar os contratos firmados em gestões passadas com o Município para interferir na campanha eleitoral e prejudicar o prefeito Mário Alexandre, candidato à reeleição pelo PSD.

Os empresários ligados ao ex-prefeito Valderico Reis, que foi cassado pela Câmara Municipal de Ilhéus por acusações de infrações político-administrativas e crime de responsabilidade, no dia 29 de agosto de 2007, retiraram das ruas uma parte da frota de ônibus, negando aos ilheenses o direito fundamental de ir e vir, e ainda planejam aumentar o preço da passagem.

O setor jurídico do Município já adotou as medidas cabíveis para notificar os empresários, a fim de regularizar a circulação dos ônibus, e evitar que as empresas prejudiquem a população, prestando um serviço público intencionalmente inadequado, ferindo a regularidade, continuidade e eficiência do transporte público, na contra mão do pleno atendimento aos usuários.

Marão já protocolou os pedidos junto ao Ministério Público, para decretar a extinção antecipada do contrato com as concessionárias dos parentes de Valderico, porque além de não concordar com o aumento da passagem, o prefeito busca uma nova outorga com outros concessionários que prestem um serviço à altura do que a população ilheense merece e precisa.

A consequência disso pode resultar no término do contrato de concessão por caducidade, decorrente do descumprimento de obrigações legais ou contratuais pelo concessionário, inclusive o não atendimento à intimação para regularizar a prestação do serviço, como é o caso.

Por conta da Covid-19, a interrupção da circulação do transporte coletivo em Ilhéus, estabelecida por decreto municipal em março desse ano, foi encerrada na última semana de junho, com decreto que estabeleceu o retorno de 50% da frota.

Em 9 de setembro, Marão autorizou o retorno de 100% dos ônibus, mas as empresas de ônibus de parentes de Valderico não atenderam a determinação. Marão notificou as concessionárias não apenas para o retorno integral da frota dos ônibus, como também para que respeitassem a liberação das gratuidades tanto para idosos quanto para pessoas com necessidades especiais, sem restrição de horários e, ainda, as rotas diárias para as zonas rurais, que não estavam sendo ofertadas pelas empresas.

No início da pandemia, Marão trabalhou para evitar a demissão de motoristas e cobradores, viabilizando um acordo coletivo entre as concessionárias e o sindicato dos rodoviários. Mesmo com o aumento de 40% da frota dos ônibus na gestão de Marão, as concessionárias dos parentes de Valderico, não obedeceram ao retorno total das linhas.