Tribunal de Haia recebe nova denúncia contra Bolsonaro, por genocídio
O presidente Jair Bolsonaro foi mais uma vez denunciado no Tribunal Penal Internacional (TPI), que tem sede em Haia, nos Países Baixos, por genocídio e crimes contra a humanidade em meio à pandemia do coronavírus.
Esta é a segunda ação movida contra o ex-capitão durante o surto da doença. Desta vez, quem acusa Bolsonaro no Tribunal de Haia é José Manoel Pereira Gonçalves, coordenador do grupo Engenheiros pela Democracia.
Na ação, Gonçalves diz que o presidente tem negligenciado as principais recomendações contra o Covid-19, como o isolamento social, algo que é defendido por autoridades de saúde do país e do mundo.
No começo deste mês, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) também protocolou uma representação no Tribunal de Haia contra o presidente. Bolsonaro foi acusado de cometer crime contra a humanidade ao expor a população ao contágio do vírus.
Além de constantemente minimizar a doença e pregar o retorno da população ao trabalho, o presidente voltou a desrespeitar as recomendações de isolamento e participou de um ato em Brasília neste domingo (19). O protesto clamava pelo fechamento do Congresso Nacional, por uma intervenção militar com o presidente e por um novo AI-5.
Ataque contra a imprensa – O presidente voltou a atacar a imprensa na porta do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (20). Além disso, de maneira contraditória, ao ser perguntado sobre a sua participação, neste domingo, em evento que defende a volta do regime militar, ele também fez discurso onde afirma defender a democracia.
Um repórter perguntou quais eram as pautas do ato de domingo e Bolsonaro responde: “O povo na rua, Dia do Exército e volta ao trabalho. O repórter retruca: “Mas eles estavam pedindo a volta do regime militar”. E Bolsonaro: “Isso eles pedem desde meia oito. Olha eu falei que eu vou responder aqui, não quero papo com vocês. Quem não quiser ouvir vai embora. Todo e qualquer movimento tem infiltrado, tem gente quem tem a sua liberdade de expressão. Respeite a liberdade de expressão. Pegue o meu discurso, tem dois minutos, não falei nada contra qualquer outro poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho. O povo quer isso. Estávamos lá saudando o Exército Brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso, é invencionice, é tentativa de incendiar uma nação que ainda está dentro da normalidade. No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, afirmou.
Com informações da Revista Fórum