‘Democracia em Vertigem’ tem chance de ganhar o Oscar?
Desde que foi lançado na Netflix, em junho de 2019, o filme Democracia em Vertigem, da cineasta brasileira Petra Costa, entrou no olho do furacão da disputa ideológica que tomou conta do Brasil desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que, aliás, é o tema do próprio documentário.
A discussão ficou ainda mais acalorada em janeiro de 2020, quando a produção distribuída pela gigante americana do streaming entrou na lista final dos concorrentes ao Oscar 2020 na categoria Melhor Documentário.
Hashtags como #PetraCostaLiar e #DemocraciaEmVertigem, que atacam e defendem a obra e sua autora, respectivamente, estão frequentemente no topo dos assuntos mais comentados no Twitter.
Críticas – Os mais recentes capítulos dessa briga foram protagonizados pela apresentador da TV Globo, Pedro Bial, e pelo perfil oficial da secretaria de comunicação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na segunda (3), Bial disse, entre outras coisas sobre o documentário: “É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos, que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível.”
No mesmo dia, o perfil oficial do governo brasileiro publicou o seguinte post: “Filmmaker Petra Costa played the role of an anti-Brazil activist and tarnished the country’s image abroad with a series of fake news in an interview on American television” (A cineasta Petra Costa desempenhou o papel de ativista anti-Brasil e manchou a imagem do País no exterior com uma série de notícias falsas em uma entrevista na televisão americana).
Foi uma resposta à entrevista da cineasta à rede pública americana PBS, que foi ao ar em 1º de fevereiro. Nela, Petra diz que Bolsonaro teria vencido a eleição de 2018 por conta de uma “onda evangélica” que é contra gays, feministas e negros.
“Desde que ele [Bolsonaro] foi eleito, o índice de mortes causadas pela polícia cresceu 20% e o Estado do Rio de Janeiro tem mais mortos que os Estados Unidos, e geralmente são negros”, acusou a cineasta que segue em forte campanha para que seu filme seja escolhido como o vencedor do Oscar.
Fonte:Huffpost Brasil