Pacarrete desponta como favorito no Festival de Gramado
Pacarrete, primeiro longa do diretor Allan Deberton, exibido na terça-feira no Festival de Cinema de Gramado 2019, foi ovacionado pelo público e desponta como favorito a levar muitos Kikitos na premiação do próximo sábado (24). O filme demorou dez anos para ser concluído e narra a história baseada em fatos reais. É estrelado por Marcélia Cartaxo, João Miguel, Soia Lira e Zezita Matos.
Pacarrete viveu em Russas, cidade natal do diretor que fica pouco mais de duas horas de Fortaleza. Ela teve que sair da capital e voltar ao interior para cuidar da irmã doente. Deixou o ballet. Jamais se esqueceu da dança, da arte. Mas não se ajustou com a vida em Russas. Passava muito tempo varrendo sua calçada na praça central da cidade. Virou chacota pública por seu gosto pelo francês, pelo refinamento. A personagem é vivida pela atriz Marcélia Cartaxo.
“Em Russas, ela era mais odiada do que amada. Mas quando estávamos filmando, era mais amada do que odiada. O filme é pautado no documental. Quando era pequeno, tinha medo de Pacarrete ”, contou o diretor, festejando a acolhida no Festival: “Está sendo emocionante essa repercussão. Gramado parecia distante da gente, mas acolhida pode contribuir para que o filme se aproxime mais do público. Me emociona quando a plateia tem acesso a essa afetividade que também está impressa nas atrizes” disse Deberton.
Emoções – Festejada pela composição da personagem que sonha em dançar no dia do aniversário da cidade, pelo empenho de me fazer aulas de balé e canto e entrega à personagem, Marcélia Cartaxo fez revelações: “Sempre tive o desejo de ser bailarina, mas não tinha condições. Ela veio tarde. Tinha quase desistido. Então virei criança para realizar esse desejo”, contou a atriz paraibana, festejando a boa acolhida de seu trabalho.
O diretor também salientou a importância de filme ter um alcance emotivo ao lidar com nuances de aletria e tristeza, assumindo referências de clássicos como “Crepúsculo dos Deuses” e “O fabuloso destino de Amélie Poulain”. “O maior legado desse filme é mexer com as emoções. Nosso filme tem que ganhar mais espaço nos cinema, nas escolas”, disse.
Com informações do Festival de Gramado