Vereador do PSL é cassado por causa de “rachadinha”
O vereador Cláudio Duarte (PSL), conhecido como Cláudio da Drogaria Duarte, teve o mandato cassado por unanimidade na última quinta-feira (1º). A votação ocorreu no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte (BH) e foi presidida pela vereadora Nely Aquino (PRTB), que, à véspera da decisão, recebeu mensagens de ameaça ao filho via WhatsApp.
Em meio ao clima de insegurança, com vários vereadores alegando terem recebido, também, ameaças contra a vida, foram computados 37 votos favoráveis ao afastamento de Cláudio, nove a mais do que o necessário. O ex-vereador foi acusado, em abril, por formação de organização criminosa, concussão (exigir para si ou para outrem vantagem indevida), obstrução da Justiça e crime de peculato — famosa prática da “rachadinha”.
O caso – Na manhã de 2 de abril, a Polícia Civil saiu às ruas para prender temporariamente o vereador Cláudio Duarte (PSL). A corporação também deteve o assessor, Luiz Carlos Cordeiro de maneira temporária, além de apreender computadores e documentos.
A acusação da corporação gira em torno da prática da “rachadinha” dentro do gabinete do vereador. A operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão no gabinete, na casa de Duarte e na sede da União dos Moradores pelo Desenvolvimento Social do Bairro Céu Azul (UMCA), associação comunitária fundada pelo suspeito.
Segundo a polícia,o vereador Cláudio Duarte é suspeito de desviar cerca de R$ 1 milhão desde o início do seu mandato, em 2017. O vereador responde pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), formação de organização criminosa, concussão (exigir para si ou para outrem vantagem indevida) e obstrução da Justiça.
30 anos de prisão – A pena total, de todos os crimes combinados, pode ultrapassar os 30 anos de reclusão. Segundo o delegado Domiciniano Monteiro, da Divisão de Fraudes e Crimes Contra a Administração Pública, houve casos de funcionários que entregavam R$ 10 mil por mês ao vereador e ficavam com apenas R$ 1 mil.
Após ficar detido na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, Duarte foi solto dias depois, em 12 de abril. Em entrevista exclusiva ao Jornal Norte Livre, o vereador disse que o objetivo do processo era aniquilá-lo.
Segundo o correligionário de Bolsonaro, pessoas de dentro e fora da Câmara estão envolvidas para retirá-lo do caminho eleitoral. O motivo, de acordo com o vereador, é a forte ascensão política obtida nos primeiros anos do mandato, o que enfraqueceu os demais concorrentes ao pleito.
Fonte: http://nortelivre.com.br